Hey, meu povo, minha pova!
Já que comentei anteriormente sobre o início do teatro lá
na Grécia, dedico agora esse post ao Teatro Oriental, muitas
vezes esquecida pela cultura ocidental. E nada melhor que
começar pela Índia, terra de tantos mistérios e riquezas
espirituais!
OBS: no final a reflexão de um grande mestre hindu sobre o teatro e
também sobre a vida!
OBS: no final a reflexão de um grande mestre hindu sobre o teatro e
também sobre a vida!
Drama
Sânscrito Indiano - O Mergulho Espiritual:
Teatro surgido entre os séculos IV e V. A ligação do teatro indiano com a dança é
muito forte. Os temas se baseavam em histórias tiradas da épica hindu, como o "Mahabharata" e o "Ramayana".
Na Índia encontramos uma única palavra para
designar dança e teatro – "Natyashastra", o que equivale dizer que para o ator ou
bailarino indiano não haveria a "priori" nenhuma distinção entre
essas duas linguagens. Isto nos permite especular sobre o modo como as artes
cênicas indianas compreenderam o fenômeno da representação em seus infinitos
cruzamentos com outras formas de expressão, tais como a música, o canto, a
dança, a pantomima e as artes marciais. Obra de arte total. Seria a própria
diluição de tradições passadas onde essa indistinção entre o jogo cênico do
ator e o jogo cênico do bailarino soaria indiferente.
O
Natyashastra possui uma origem que nos remete a era cristã. Todos os textos
sagrados indianos denotam a importância do teatro na vida daquele povo. A arte
da dança agrada os deuses; é uma expressão visível de homenagem dos homens aos
deuses e de seu poder sobre os homens. Boa parte das tradicionais danças
indianas remotam aos cultos e rituais sagrados que se tornariam seculares
através dos ensinamentos dos mestres brâmanes e das sacerdotisas de Shiva as
devadãsi. Esse tipo de dança serviu de modelo para muitas outras danças que se
tornariam emblemáticas na cultura indiana.
(os livros sagrados)
Em especial no teatro Kathakali uma linha
inquebrantável entre a harmonia da dança presente nos mais diferentes artefatos
visuais dos templos e palácios, com a métrica e a poesia da palavra cantada que
é uma substancia peculiar ao teatro. Tantos os atores e os bailarinos exerciam
com a mesma maestria a pantomima, a dança, o canto e as artes marciais.
O teatro Kathakali e o teatro Therokothu,
duas formas dramáticas ligadas ao universo cultural e popular da Índia, nos
forneceu indicadores de um diálogo intercultural permanente entre o
Ocidente-Oriente que acrescentou novas possibilidades formais para os
encenadores modernos da Europa e dos EUA, como é o caso do britânico Peter
Brook.
Teatro
Koodiyattan: é o mais antigo do teatro indiano. É o mais
proeminente sobrevivente entre as formas contendo alguns elementos essenciais
do conteúdo e as características estruturais de teatro sânscrito. Peritos o
consideram mais avançado que o Kathakali. Sobrevive até os dias de hoje porque
famílias têm mantido a tradição de uma maneira ortodoxa. Permite a participação
das mulheres sendo tradicionalmente uma parte de templo rituais, realizada como
uma espécie de sacrifício visual à divindade e é normalmente realizada em
koothambalams ou templos teatro. Convencionais na maquiagem, costume bem como a
forma, é uma elaborada mistura de gestos simbólicos e com diálogo e verso em
sânscrito. Todos os personagens, promulgam o "Nirvahana", um recolhimento de
acontecimentos passados na história, para formar um fundo para intensificar o
futuro. O Koodiyattan recebeu da Unesco uma honra como patrimônio a ser
protegido e preservado. Foi a primeira vez que ela tinha dado a honra em forma
de arte “é um exemplo notável tradição à base de criação de uma comunidade
cultural”.
(performance Koodiyattan)
(exemplo de um koothambalam)
Teatro Therokothu: os
atores, músicos e bailarinos – todos os homens, diga-se de passagem – se
dedicam integralmente a este tipo de representação teatral no período dos
festivais, entre os meses de novembro e abril. Existe um ator-narrador que
cumpre o papel do mestre de cerimônias.
Por
ser o tipo de uma apresentação popular e sem grandes recursos cenográficos (o
espaço cênico se define em um tablado onde se localizam os músicos que se
revezam durante a encenação que pode ser a noite toda), o Therokothu se distancia
bastante do Kathakali, uma arte que é mais refinada do ponto de vista da sua
estrutura dramática.
Teatro Kathakali: É o
estilo de dança-teatral mais popular da Índia, além da mais rica forma. É
exclusivo para homens, uma dança que recebe influências de antigas artes
marciais de Kerala. É considerada nobre e sagrada, falada até hoje pelos
brâmanes. Enquanto personagens deuses falam no dialeto aristocrático, as
mulheres, escravos e personagens menores falam dialeto da classe baixa. As peças
começam e terminam com uma prece. Não há valorização das expressões ou ações
nas peças hindus. A tristeza é representada por uma leve melancolia. Beijar,
comer, dormir ou gritar é indelicado. Havia um frequente contato entre a Terra
e o Céu.
Na Índia acredita que o palco é sagrado, local escolhido pelos deuses para que se dê a eterna luta entre o bem e o mal. No Kathakali tudo nele é cheio de significados religiosos e realizado como ritual. Por ser um ritual o palco é simples e antes de começar a peça o vocalista inicia uma canção invocatória acompanhado por címbalos e percussão. Durante essa iniciação um ator permanece por trás das cortinas realizando uma performance.
A maquiagem determina a natureza dos
personagens exemplo do verde que representa o herói. Existem três tipos de
personagens Sattvik: nobre, heróico, generoso; Rajasik: pertence a classe dos
demônios guerreiros; Tamasik: caçadores, moradores da floresta e demônios
femininos.
Na Índia acredita que o palco é sagrado, local escolhido pelos deuses para que se dê a eterna luta entre o bem e o mal. No Kathakali tudo nele é cheio de significados religiosos e realizado como ritual. Por ser um ritual o palco é simples e antes de começar a peça o vocalista inicia uma canção invocatória acompanhado por címbalos e percussão. Durante essa iniciação um ator permanece por trás das cortinas realizando uma performance.
(o cuidado com o preparo da maquiagem)
(mais uma grande representação Kathakali)
(reparem nos olhos desse ator, fantástico)
"Por ser o Kathakali uma
dança sagrada e ritual para os hindus, ela se torna uma ambiguidade por demais
complexa para os ocidentais. O Ocidente não entende uma arte espiritual. É um
povo adiantado materialmente, mas muito atrasado espiritualmente. O Teatro é
uma manifestação da alma e por isso requer devoção e fervor, pois é necessário
sempre mergulhar profundamente nas coisas às quais nos dedicamos. O Ocidente
nos pede minerais, água, gases. Mas devemos escavar em busca de petróleo.
Porque gases, minerais e água devem ser simplesmente a consequência dessa
busca. É sempre na intenção do petróleo que devemos escavar o que almejamos. Se
eu decidisse doar um milhão de rúpias a alguém, em notas de uma rúpia, eu
precisaria de um milhão de notas. Mas se preferisse doar essa quantia em ouro,
bastaria um pequeno pedaço e ele teria o mesmo milhão."
(Agandanadam, velho sábio hindu)
Muito interessante e inspirador! A Arte Ocidental esta precisando se reinventar....Unindo o Oriente e o Ocidente nesta nova era
ResponderExcluirPois é, Rodrigo...
ExcluirEu torço para que a cultura e a arte volte a ser parte de projetos públicos de valor social, e não seja apenas, statua de celebridade!!!!
Tu é ghei Mano
ExcluirMuito interessante e inspirador! A Arte Ocidental esta precisando se reinventar....Unindo o Oriente e o Ocidente nesta nova era
ResponderExcluirMuito bem explicado esse texto 😁👏👏👏👏👏👏👏🍃🍃🍃
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