sábado, 8 de fevereiro de 2014

1° Post --> Bem-Vindo ao Início da Era Teatral

Hey vcs que são crazy little child...


   "De repente ideias...
   Anyway, com esse "supeeeer-meeeega-hiper-ultra-blog interessante" venho expor ideias, curiosidades do mundo da filosofia, através de temas simples e comuns ao nosso cotidiano como teatro, música, notícias, reportagens, histórias da humanidade, biografias, etc...


O Curiosidades do Tempo Perpétuo será atualizado 
no mínimo uma vez por semana.

   Começo falando um pouco sobre a história do teatro a partir de um trabalho que fiz o ano passado para uma oficina teatral. Para esse trabalho, minhas fontes foram diversas, desde livros teóricos do mundo do teatro, biografias de grandes artistas, livros de filosofia, um material onde a busca não termina tão cedo. Tentarei direcionar numa ordem cronológica temas, autores, pesquisadores e derivados que de alguma forma contribuiram para o teatro ser o que é hoje ....

....aquelas descobertas, experiências, estudos lá do passado (quando sua tátátátátátára-avó e coloca muitos tátás...ainda nem era nascida) abriram a visão do mundo dos sonhos, dúvidas, alegrias, medos, da espiritualidade e de todo universo invisível que passa dentro do ser humano, tentando transportá-los para o campo visível do que hoje chamamos mundo real...


   E como não podia ser diferente, e para horar minha terra de nascimento, começo com um curtíssimo histórico do teatro lá no Antigo Egito, isso mesmo, beeeeem antes de Cristo....(não conseguir colher mais material de pesquisa, pois na época não encontrei fontes confiáveis disponíveis e o tempo era corrido, mas ainda vou aprimorar esse tema) e logo em seguida, parto para clássica Poética de Aristóteles e um pouco sobre três grandes autores da tragédia grega.

   Espero que gostem, porém, já digo que sou burro, e não sou bom com escrita, e tão pouco sou especialista em alguma coisa que eu faça.....só que como sou muito curioso e gosto de ler sobre a humanidade e sua história mundial ao longo dos anos, acho interessante correr o risco...ehehe..

   Sinta-se em casa, a água está na geladeira, vai lá!



Culto aos Deuses - Dramas Religiosos Egípcios – 
1200 a 1500 a.C.:


  Os mais antigos poemas dramáticos que conhecemos são de combate e purificação. Tratam de textos egípcios que datam da XVIII ou XIX dinastia, isto é, por volta de 1200 a 1500 A.C.
   Um deles refere-se a ressurreição de Horus. É uma espécie de clamor de angústia que culmina em vitória e alegria, cujo movimento lírico ainda predomina sobre o movimento dramático. Tratam-se muito mais de uma sucessão de monólogos, inovações litanias, cantos do que um verdadeiro diálogo dramático. Mas isso corresponde ao que conhecemos das formas primitivas do sânscrito, ou mesmo, de nossos primeiros textos de teatro religioso.
 Os egípcios tinham danças de conjunto, de solistas, duos, trios, etc., mas, aparentemente, só os camponeses usaram, de fato, a dança coletiva, seja em ritos de fecundidade, seja em tramas pluviais. Evidenciando a distinção de classes sociais, os nobres só executaram, reservadamente, danças individuais e austeras. Os dançarinos dos templos constituíram-se em classe considerada especial.


A Poética de Aristóteles 335 a 323 a.C. (A Tragédia Grega):

     A poética de Aristóteles sobre a tragédia:


“A tragédia é a imitação de uma ação de caráter elevado e completo, de uma extensão, numa linguagem cujo sabor é realçado por um tempero de uma espécie particular de acordo com cada parte: imitação essa que é feita por personagens em ação e não por meio de uma narrativa, e que suscitando piedade e medo, opera a purgação própria e semelhantes emoções. Isto é, uma série de ações cujas consequências não passam de imaginária, e o espectador ou o interprete que aí se entrega sob a máscara do personagem pode exprimir-se sem nenhum receio de prejudicar o outrem e com sentimento de liberdade total que alivia. E este alívio que denominamos cartase e a purgação de paixões”



     A Poética diz que, a representação não deve visar o realismo, mas se baseia sobre o que poderia ter acontecido. Essa noção é delimitada pelo verossímil e pelo necessário. O verossímil contém componentes psicológicos e é plausível daquilo que o grupo social, em uma época acreditava possível. Para Aristóteles o verossímil é persuasivo uma vez que repousa em um determinado sistema de crenças. Eis o porquê deverá ser excluído do campo da representação trágica o irracional. O texto é a base de todo o espetáculo.
   O espetáculo trágico deve ser o de idealização, onde o herói deve ser mostrado fora do cotidiano do espectador, um ser superior e onde ações próprias provoquem medo ou piedade, isto é um mundo do eterno conflito entre o Bem e o Mal.          
  Aristóteles acreditava que a obra de arte tem como função provocar um prazer de natureza estética através da representação do real.
  Esse prazer da representação procede de duas emoções que são desagradáveis, o espectador sentir prazer diante do espetáculo de acontecimentos que na verdade teriam enchido de temor ou compaixão, porque precisamente esses acontecimentos são mediados por procedimentos da representação. Sendo esses sentimentos no teatro, eles são como purificados da amargura que os impregna na realidade. Duas emoções que só serão experimentados pelo espectador que admira intimamente aos sofrimentos do personagem trágico.

   Não só Aristóteles, mas outros três grandes autores gregos se destacaram 
na tragédia grega:


   Ésquilo 525/524 a 456/455 a.C

fundador do gênero. Uma de suas características era escrever em trilogia, como se fosse cada um o capítulo de uma narrativa dramática contínua. Acreditava que os deuses eram responsáveis pelo sofrimento dos homens, mas em beneficio da ordem e da harmonia do universo, cujo segredo estava em suas mãos. Também criou sátiras cômicas (*) que frequentemente abordava um tópico mítico relacionado.
   "Persas" é uma de suas grandes obras que sobreviveu até hoje, o tema baseia-se na vida de Ésquilo enquanto estava no exercito durante a batalha de Salamina, única peça que não retrata um mito heróico ou divino. Outras peças: "Oresteia", "Agamenon", "As Coéforas", "As Eumênides", "Sete Contra Tebas".


    Sófocles 497/496 a 406/405 a.C: 

era ator e foi inovador da técnica dramática como: a inclusão de uma terceira personagem em cena e o rompimento com a tradição das trilogias. Seus temas giravam em torno da moral e da religião. Suas tragédias tinham o homem no centro do mundo, mas também acreditava no poder irresistível dos deuses (mesmo que não tivesse fé na justiça divina). O objetivo era mostrar como as pessoas poderiam ser.
   Segundo Nietzsche, Sófocles tinha um pensamento trágico: “Para ele o mundo e a vida estão cheio de injustiças e de infelicidade dos que são inocentes. Se suas peças apresentam certa serenidade, é devido à beleza lírica, sobretudo dos coros, e através disso revela que o homem pode ser grande mesmo na derrota.”


   Eurípides 480 a 406 a.C:

escreveu cerca de 95 peças trágicas porém só 18 chegaram a nós. Abordava questões psicológicas, mito e a tragédia dos vencidos. Mostrava a realidade da guerra, dos excluídos, critica a religião em sumo, dizendo que o homem está entregue ao capricho dos deuses, e nada mais, e encara a condição humana sem abertura para a esperança, seja em direção ao céu, seja em direção ao futuro: irremediavelmente infeliz. Neste universo absurdo o homem só tem apenas a si próprio como amparo, e encontra sua grandeza na coragem de sofrer as provações. Ele que inseriu o prólogo na peça. Criava os personagens como camponeses e príncipes de igual para igual nos sentimentos de suas peças.
   Dramatizava os conflitos internos do indivíduo sem atribuir vitória final aos impulsos mais nobres. Exemplo de Hipólito em "As Bacantes", que colocava a questão de quão longe pode ir o homem na negação das exigências de alguma força superior com a sexualidade e a liberação emocional e seu ser finalmente é destruído por elas no momento em que tem o poder.
   Em "Hécuba", fala dos opressores na qual suas vítimas não permanecem impotentes. Fortemente massacrados, podem muito bem se tornarem demônios de fúria e ódio e seu desespero poderão tanto destruir quando ser destruídos. Um mundo igualmente obscurecido pelo opressor e pelo oprimido.

Sátiras cômicas (*): espécie de um segundo drama mais antigo que a tragédia. É considerada uma peça meio-séria, meio-burlesca, tragicomédia. Com o coro composto de sátiros apareciam como personagem essencial na ação. Tinha papel ativo com os demais personagens (como "Ulisses e o Ciclope" no drama satírico de Eurípides).


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